24.5.17

era uma vez...

era uma vez um almoço no refeitório no inicio de 2007...por aí, mais mês menos mês.

Discutíamos a possibilidade de um par para mim, conforme iam entrando os potenciais candidatos, elas iam elogiando e eu ia metendo defeitos.

Ele entrou e eu, que já tinha dado conta que ele olhava muito, entrei em taquicardia, mas ou menos como agora, mas mais nova na altura ;).

Eu já não me lembro o que elas disseram e eu desdenhei como a dizer que se eu quisesse ele seria meu, mais ou menos na brincadeira, porque nunca imaginei que a linha do horizonte dele baixasse tanto até ao meu nível, que é baixo ;).

Entretanto o tempo passou, e ele ia olhando no refeitório, no serviço, nos lavabos das nossas salas, que na altura tinha janelas de comunicação para as salas.

Lembro-me tao bem de por a mesa para uma revisão, de costas para a janela, e quando me virei, não sei porquê, ele lá estava, a olhar. Nunca me disse o que tanto olhava, o que tanto via...

Lembro-me de comentar com a Benilde e de ela só se rir, nos vestiários...

Lembro-me da minha psicóloga aconselhar-me a meter-me com ele - um homem daqueles não olha sem interesse, veja o que ele quer...

O email inicial, cheia de duvidas e medos, mas lá o escrevi e o enviei, ele mancava de um tornozelo, e por isso meti-me com ele...e ele respondeu já não sei o quê.

Depois foi à porta do bloco, a minha chefe chamou-me a dizer que o dr queria falar comigo...se eu tivesse uma porta de emergência tinha fugido, lá fui eu à porta, cumprimentou-me com um aperto de mão quente, perguntou-me se precisava de alguma coisa, já não sei porque e já não me lembro da resposta.

Seguiram-se mais emails, dei-lhe o meu número para o caso de ele precisar de alguma coisa, visto que nós íamos de férias - como se ele precisasse algum dia de alguma coisa e ainda por cima de mim.

Desejou-me uma boa viagem quando íamos para santa cruz e nunca mais me lembrei que ele existia, só me lembrei uma semana depois quando vínhamos de regresso, lembro-me de lhe perguntar se estava a chover em Aveiro, lol.

Depois foi os jantares, o dia em que ele comprou o carro e foi-me mostrar, o chorar a dizer que não aguentava que acontecesse outra vez, o eu fugir para minha casa, ele ligar-me ou aparecer lá em casa e eu fingir que não estava lá ninguém, ele dizer-me que eu não o conhecia e ele sabia que a minha filha estaria sempre em primeiro lugar...

O primeiro beijo, no terraço dele, e fui eu que dei, da primeira ida para a cama, de ele querer conhecer a Carolina, na altura com 3 e tal anos, mas já no Inverno seguinte, na praia da costa nova ou da barra...

Esta história que eu nunca pensei que se realizasse, foi a nossa, e eu sempre a achei tão linda e faz-me sempre sorrir, porque foi tão inocente da minha parte, tão pura, cheia de medo, com pavor mesmo, lá fui eu e valeu bem a pena!!!

Por breves anos fez-me sentir o máximo, como se eu fosse a luz dos olhos dele e acreditei que havia homens que afinal não eram iguais. homens que tratavam bem as suas mulheres e que as estimavam.

E agora continuo a acreditar que os homens são todos iguais o modus operandi é que é diferente, lol.

Mas gosto de pensar que existem homens diferentes que respeitam as mulheres que tem e que as admiram e as estimam, que não tem vergonha de dizer o que sentem, nem em privado nem em publico.

Eu quero um desses e quero ter outra história assim, que me encha as medidas!!!!

Quanto mais não seja, por breves anos, já que não pode ser para sempre.







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