22.9.06

Férias

Apartir de hoje e até dia 9 de Outubro, não poderei escrever-te, porque ele vai estar em casa, e este é um lugar só nosso, e depois dia 25 vou para o México, vou passar lá o meu aniversário(que é dia 26, faço 33 longos anos).
O que se diz meu marido também vai (afinal), portanto tenho cá para mim que vai ser o pior aniversário de sempre...
Até lá...Vou ter saudades tuas...Uma beijoca para ti

Mudanças

Não, eu não tenho medo da mudança, até porque já tive mudanças drásticas na minha vida e ainda estou viva.
A primeira foi mudar-me de uma cidade como é o Porto, mais propriamente Rua S. C., que é no centro da cidade, para viver em V.( um lugarejo) a 15 minutos de Aveiro.
No Porto tinha, e ainda tenho, a minha família, os meus amigos e trabalhava num hospital central, tinha tudo á mão de semear, não tinha carro, porque não precisava, e se precisasse de alguma coisa, ao lado do meu prédio, certamente, havia uma loja qualquer, (uma não, muitas) que a tinham.
Aqui, onde vivo, só tenho campos á minha volta, se quero alguma coisa tenho que pegar no carro e ir á procura, e o hospital onde trabalho parece uma aldeia, toda a gente sabe a vida de toda a gente
Não tive medo porque também não sabia para aquilo que vinha, porque se soubesse o que sei hoje...
A segunda grande mudança foi mudar de serviço, comecei a minha carreira num serviço, e passados seis anos senti que era altura de mudar, e lá pedi eu transferência para um serviço que não tem nada a ver com o primeiro, mas do qual eu gosto muito!!!
A terceira grande mudança foi ser mãe, aqui não há comentários possiveis!!!
Em 9 anos, passei toneladas de horas sózinha, de tal maneira que agora não sou capaz de fazer algumas coisas acompanhada, porque me faz bastante confusão.
Sózinha à espera de quem nunca chegou...Adormeci sózinha, fui passear sózinha, comi sózinha e até passei um Natal sózinha...
Sim, sem duvida que a solidão é má conselheira, no inicio cheguei a pensar em suicido, mas consegui resistir e dar a volta por cima, mas uma pessoa habitua-se a ela e depois...
Foram muitos anos sózinha e não quero que a minha filha cresça sem o pai, apesar de ele vir dormir a casa.
Portanto, da solidão não tenho medo, porque aprendi a sobreviver ao logo destes anos, e da mudança...Bem qual mudança? Vou deixar de estar sózinha acompanhada, para estar realmente sózinha, ninguém vai dormir á noite na minha cama a não ser eu e, talvez a minha filha.
A grande diferença é que eu não tenho mais 23 anos, mas sim 33...
Fica bem

20.9.06

Sonho...

Deixa-me contar-te este sonho que tive hoje (antes que ele chegue para almoçar)...
Sei que o J. estava pertinho de mim, sentados talvez, mas não sozinhos, talvez no serviço, onde temos sempre muita gente à volta...Olhou para mim tão perto, tão perto que senti a respiração quente dele na minha pele... e então ficamos à distancia de um beijo...cada vez mais perto, cada vez mais perto, tão perto que vi a marca dos óculos novos, azuis, que ele tem...e eu, no limite das minhas forças, desviei a cara e reparei que estavam outras pessoas, mas com um bocado de sorte ninguém tinha reparado neste momento tão intenso...
Acordei, mas acordei incomodada, primeiro porque sou casada e já não é a primeira vez que sonho com o J. e depois fico com a sensação de traição; em segundo lugar, só vem comprovar que estou extremamente carente, não só a nível emocional, como sexual e sentimental.
Quanto ao J. deixa-me só dizer-te que é notório uma atracção entre nós os dois, talvez só ao nível sexual, sendo ele um homem mais velho que eu (20 anos) e de outra profissão, ainda que inserida na área de saúde, sinto que me poderei perder naqueles olhos castanhos claros a qualquer momento, pelo que evito olha-lo nos olhos, mesmo sabendo que passa a vida a olhar para mim quando estamos na mesma sala a trabalhar. E como ando numa carência e solidão notórias, sei que posso cair na conversa dele (tem muita!!!) assim como outras colegas minhas já cairam, e a última coisa que preciso é de ser carne para canhão, mesmo que isso aconteça com o meu marido...

19.9.06

CONSEGUI!!!

Num acto de coragem, ou seja, sem pensar muito no assunto, consegui marcar a consulta que tanto queria.
Dia 12 de Outubro lá vou eu ganhar estrutura psicológica para enfrentar o meu marido e endireitar a minha vida, mas até lá, nas férias que se aproximam a dois (sim, porque a minha menina não vai, vai para casa dos avós), que serão 9 noites e sete dias, com certeza vai surgir hipótese de conversa e mais uma vez vou falar para as paredes.
Talvez aí, longe e sem hipótese de ser interrompida pela minha filha, eu consiga dizer o que me vai na alma, mesmo sabendo que ele não me vai pedir desculpa, não vai compreender, mas vai dizer, ou melhor, vai deixar no ar que apartir de agora vai ser diferente (pelo menos até à próxima vez altura, em que eu torno a pensar como fui crente mais uma vez).
É sempre um ciclo vicioso, no qual eu não quero mais entrar.
E tu, o que pensas? Gostava que falasses comigo...mas contento-me com a tua capacidade de ouvir, que já me ajuda bastante...
Fica bem

18.9.06

Coragem, precisa-se!

Com esta brincadeira toda, chego à conclusão que sou uma cobarde!
Falta-me coragem para tomar decisões importantes na minha vida, falta-me coragem para falar com ele (mesmo sabendo que ele não me vai ligar nenhum), falta-me coragem para ligar a uma profissional para me ajudar a esclarecer a minha mente cada vez mais inquieta.
Tudo seria mais simples se eu voltasse a cair no mesmo, e o desculpasse, mas o medo que eu tenho que tudo isto se repita daqui a algum tempo é maior, sempre são 9 anos da minha vida a viver sempre as mesmas situações e eu ainda sou nova para me resignar, e assim talvez a vida me dê outra oportunidade para ser feliz, mas desta vez só com a minha filha.
Portanto sempre que olho para ele e me dá essa vontade, eu "sento-me" e espero que passe, e agarro-me às últimas coisas que ele fez e disse e que me magoaram brutalmente.
Só assim eu sei o que não quero, contudo não tenho coragem para fazer o que realmente eu quero: ir embora e não voltar mais.
Tenho medo das vinganças dele, tenho medo de ele começar a cantarolar, como fazem os garotos, quando eu estiver a falar, tenho medo que ele me tire a minha filha, tenho medo de começar outra vez tudo, e mais uma vez sózinha, tenho medo da reacção dos meus pais, mais propriamente do meu pai e do sofrimento da minha mãe.
PRECISO DE GANHAR CORAGEM PARA LIGAR PARA ESTE NÚMERO DE TELEFONE E MARCAR ESTA CONSULTA, URGENTEMENTE!

14.9.06

Livros

Adoro ler! Agora que acabei o complemento e a minha filha foi para a escolinha e estou de férias, tenho mais tempo para ler.
Acabei hoje de ler o primeiro livro de Fátima Lopes. Todas as três histórias que ela conta, têm alguma coisa em comum com a minha história de vida, mais propriamente com a história do meu casamento, e querendo ou não deu-me algumas pistas do que foi a minha vida e do que é agora.
A minha necessidade de agradar ao meu marido, fez com que anulasse todas as minhas vontades.
Neste momento é como se renascesse das cinzas, e me tornasse cada vez mais auto-suficiente: com vontade propria, com cada vez menos vontade de partilhar com ele a minha vida, comecei a tratar de mim em primeiro lugar: imiciei a fisioterapia, saio com as minhas amigas, fui muitas vezes á praia sózinha. Não fico mais a espera de quem nunca chega.
Vou ao México quer ele vá ou não e depois de vir vou continuar a tratar da minha imagem, coisa que nunca fiz. E desta maneira, muito lentamente e com algum sofrimento, tenho dado rumo á minha vida e cada vez mais penso que já não preciso dele para nada
Nem no sexo, mas para mim não é fácil falar sobre isso, e esta história ficará para outras nupcias.
Fica bem!
P.S- Se é para o meu bem, com certeza que vai acontecer!!!!!

11.9.06

homenagem

Quero deixar aqui a minha sentida homenagem a todos aqueles que faleceram inocentemente no WTC á cinco anos atrás.
Para todos os outros, incluindo eu, desejo que nunca se esqueçam daquilo que o ser humano é capaz de fazer aos da própria especie, quanto mais às outras especies supostamente inferiores.
Para que nunca esqueçamos... para nunca mais se repetir tamanha barbaridade...

8.9.06

Instinto

O instinto de sobrevivênvia é fantástico!!
Leva-nos a procurar soluções, quando aparentemente não existem.
A vida tem destas coisas, para grandes males, grandes remédios.
A minha vida neste momento é incerta: eu não sei como vai ser o meu futuro próximo, só sei que tenho uma filha que precisa de mim bem disposta e com o mínimo de "telha" possível, isto porque as crianças são muito sensiveis ao nosso estado de espírito e ela já notou que alguma coisa não está bem entre os pais.
Hoje por exemplo não dormiu nada bem, talvez com pesadelos e na escolinha disseram-me que ela andou coceguenta o dia todo...
Infelizmente os filhos são os primeiros a sofrer com a crise conjugal, portanto eu tenho que ser forte por ela e procurar ajuda profissional porque realmente não sei o que fazer..., mas sei o que não quero mais para mim!
Um beijo
PS-problema partilhado é problema simplificado, ainda bem que existes...

7.9.06

Trabalho

Não há nada como ir trabalhar naquilo que gostamos!!!! Trabalho na área da saúde, e realmente adoro aquilo que faço. É o que me mantem distraída nestes tempos dificeis!
Contactar com outras pessoas, com outras maneiras de estar na vida, com outros problemas bem mais graves que os meus.
Mas 2ª feira entro de férias 4 semanas, portanto só vou trabalhar no dia 10 de Outubro e, até lá, não sei muito bem o que vou fazer para ocupar o tempo e a mente...Ele só vai estar de férias uma semana, que é a semana que vamos para fora. Digo eu!! Poi conforme isto está, não me admiro nada que ele, à ultima da hora, diga que não pode ir porque o trabalho assim o exige.
Mas se isso acontecer não vou ficar cá, não. À primeira todos caem, à segunda só cai quem quer!!!! Na altura da expo 98, ele também não quis tirar férias e fui eu, sózinha, somente um dia à feira.
MUITO BURRA FUI!!!!! Agora teria ficado lá três ou mais dias para ver aquilo tudo.
REALMENTE O AMOR É CEGO!
Fica bem.

6.9.06

A solidão aperta outra vez.
Provavelmente nunca se ausentou, andou sempre disfarçada com pequenas alegrias daquilo que parecia evolução humana.Mas afinal...
Passados 9 anos e meio vejo que nada mudou e que o amor que existia deixou de ser cego.
Agora que olho para trás, vejo que ele sempre foi assim, mas eu nunca quis ver, pois a esperança foi sempre maior.
Quando olho para ele ainda penso que poderá mudar, mas rapidamente visualizo que aquele homem nunca vai mudar e talvez eu queira o impossivel.
Um dia alguém disse que temos que aceitar as pessoas como elas são e que não devemos tentar muda-las.
Sim, provavelmente foi isso que aconteceu, eu não o aceitei e tentei mudá-lo. Contudo eu mudei tanto ao longo destes anos, porque é que ele não mudou também?
Fica bem!