16.2.18

16 de Fevereiro

Para quem quer a coisas com calma, isto está a andar muito rápido!

Tem até ao fim de Março para sair da casa onde está, porque o senhorio vai voltar de vez e precisa do apartamento.

Ou aceito namorar com ele e muda-se cá para casa, ou alugo-lhe um quarto ou muda-se para outro apartamento, mas podia por as coisas na minha garagem.

- há quanto tempo sabes disso?
- Aproximaste-te de mim por causa da falta de apartamento?!
- Já sabia que ias dizer isso.
- E tu queres viver comigo?! E quando te fartares de mim outra vez, vais te embora?
- Eu não me vou fartar de ti, mas pode acontecer...
- As pessoas enchem-se umas das outras, procuram coisas novas...
isso é pôr uma espada na minha cabeça.
Repara, ha 11 anos quando tu me perguntaste se queria ficar lá a dormir, tive um momento de hesitação, mas passou, não tive medo, não estava a contar com nada.
Agora tenho medo de tudo, vivo dentro de uma bolha e vivo bem, sentada na soleira da porta a ver quam passa, vens tu e dás cabo disto tudo.
- É preciso dizer à Carolina, aproveita e diz-lhe já(fomos busca-la à escola).
- Não convêm antes do dia 20, ela pode dizer a toda a gente...
- Não, ela não diz a ninguém, é muito discreta...


Não sei o que faça, a minha vontade é que ele arranje um apartamento para ele, e depois logo se vê.
Estou tão habituada a estar sozinha, que agora custa-me imaginar partilhar o apartamento com alguém.
No entanto sei que é adiar o inevitável, que pode não ser agora, mas mais cedo ou mais tarde ele vai voltar para esta casa e para a minha cama.

Mesmo que não dê em nada um dia mais tarde...

Também, não preciso de resolver já, acho eu, ainda tenho uns dias até o meio do mês de Março.

Que queria passar o apartamento para meu nome, também por causa disto, para eu não sentir que ele queria vir, porque o apartamento é dele também e tem direito a ele, não quer que eu pense isso dele.
E eu não penso, sei que é honesto, não me imporia tal coisa, nem me atiraria à cara isso.

Que é desorganizado, que tem os papeis ao monte, em cima da mesa da sala.

Sim, sim, eu já sei disso...

Se me quiseres aturar, e a Carolina, se me quiser aturar, ela está sempre no computador e eu não tolero isso...
Não fui eu que fui embora, não fui eu que me enchi... A Carolina põem os fones, e faz, o que faz a mim, não te liga nenhum...

Bem, escusado será dizer que encontramos montes de gente conhecida, incluindo o sobrinho, e fez um amplo sorriso de satisfação! e lá tivemos de falar com ele!

E fazer o jantar para três, e cuidar de mais um, e tratar da roupa desse mais um, e a empregada que não é de confiança, não sei, não sei...

E, admiração, das admirações, quando ele começou a falar a serio sobre este assunto, não disse olha disse outra coisa, eu taquicardisei um bocadinho, mas não se senti aflita nem em pânico, não sei se foi por me sentir mais segura ou por não sentir o perigo eminente, mas fiquei admirada comigo, não comecei a tremer nem a transpirar das mãos.

Foi boa essa sensação, sensação que já não estou tão mal assim, que já recuperei parte da minha segurança e da minha fé.

Foi boa a sensação!!





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