25.10.17

Deprê

Sinto-me sozinha.

A minha irmã foi operada hoje, e como eu não tinha ninguém que fosse buscar a C. à escola, não pude ir até lá.

As visitas são das 18/20h, tão tarde....a C sai sempre entre as 18.15/17.30h. Se eu tivesse alguém que a fosse buscar, podia ir ao Porto amanhã num instante sem filha, sem a preocupação de vir para casa a correr que no dia  seguinte é dia de escola...

Isto deve ser um sinal, para eu me deixar de fitas e desistir de ficar sozinha, mas como ontem disse, não confio em ninguém.

Portanto pensar assim é martirizar-me, mas fez-me impressão puxar pela cabeça e não me lembrar de ninguém para a ir buscar. E se algum dia me dá alguma coisa?!

E tive pena de mim, e da vida que escolhi para mim, este isolamento, tenho medo que não seja um bom exemplo para a C e que ela também cresça sozinha.

Mais uma vez, senti-me a mãe desta família, a minha mãe a chorar, a minha irmã a pedir-me a opinião, mas isto não achei mal, o que eu achei mal foi a minha mãe a choramingar e eu a dar-lhe para traz como sempre fiz a vida toda.

Estou tão farta de ser sempre eu a puxar os meus pais, nunca me puxaram, só se fosse para o chão, a minha mãe sempre se fez de coitadinha, ia logo a baixo, entrava em depressão por tudo e por nada, enfim, e hoje no final deste dia, gostava de ter alguém com quem falar e chorar um bocadinho, não é fácil gerir isto tudo e ainda trabalhar no máximo da concentração.

E aí, chegava a casa e ligava-lhe só para desabafar e ele dir-me-ia que ia tudo correr bem, para não chorar, perguntava-me se queria que ele viesse cá passar a noite... Devaneios de histérica carente...

coisas boas, acontecem a pessoas boas...e eu estou mesmo a precisar de coisas boas na minha vida....




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