24.11.06

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Hoje, sem duvida apetecia-me um colo diferente, um abraço de um amigo masculino, se é que me percebes...
Gostava de ter passado esta tarde chuvosa na companhia dele, só assim abruçada no colo dele a curtir o carinho e a festa que ele, pacientemente, me faria na cabeça...
E toda a tarde ele me diria palavras de conforto, me faria rir e me diria que ia tudo correr bem...
Mas esta é a realidade alternativa que eu de vez em quando tenho, como se fugisse à realidade e me refugiasse neste mundo de ilusão, mas quando volto à realidade até doi...
Nesta realidade que me rodeia, omeu pai telefonou-me a dizer que isto não é vida, que tenho que assumir as responsabilidades, fazer com que ele saia de casa, porque é muito dificil viver assim...
Pedir um emprestimo e pagar a hipoteca toda, para ele sair de casa, depois quando se vendesse a casa ele daria-me a minha parte...
Isto tudo para me dizer, por meias palavras, que eles não vêm cá mais, enquanto eu não tiver uma casa só para mim.
Foi como se me tivesse tirado todo o tapete debaixo dos pés, fiquei fodida, primeiro porque ele quis me dizer como resolver as coisas á maneira dele, mesmo que não fosse a correcta, depois porque afinal eu não errei muito quando dizia que tinha medo da reacção dos meus pais, ora, aí está ela, antes tarde que nunca...
Parece que só agora viram o que realmente se estava a passar...
E ainda teve a destinta lata de me dizer, em tom de riso, que ele ainda me ía conquistar, e eu passei-me e disse-lhe, ao meu pai, que o J. ía conquistar, o caralho!!!
Só me apeteceu desligar-lhe o telefone, por respeito?! não o fiz.
Na realidade não está em causa nada mais que visitar a neta, que sendo assim a vão ver menos vezes, pois se eles não vêm cá mais...
Como é possível serem assim e terem este poder sobre mim? O meu pai sempre gostou de me dizer como viver a minha vida, se tivesse ficado no Porto a nossa convivência não teria melhorado como melhorou.
De tal maneira que ele uma vez leu o meu diário e presumiu que eu já não era virgem, então fez-me sentir a pior das filhas, não falou directamente mas por outras palavras, namorava eu com o P., e realmente não tinha havido nada a não ser uns beijos e uns apalpanços, ou amaços!!!
Fiquei furiosa e com um peso de consciencia enorme, não sei o que me doeu mais, ele invadir a minha privacidade ou ele me chantagear.
De outra vez não me deixou ir acampar com o J., para comemorar o fim de curso, alegando que a minha mãe não aguentaria e ele ia ficar já não sei como, portanto não fui e passei o dia a chorar num motel em viana do castelo, no colo do J.
Lá estava a chantagem outra vez...
Por fim antes do casamento sismou que eu tinha de convidar quem ele queria, incluindo família que eu não gostava, aí eu berrei-lhe, bati-lhe com a porta na cara e disse-lhe que o casamento era meu, eu convidava quem eu queria.
Só desta vez ele me pediu desculpa...
E agora, pergunto eu?
Mais sozinha que nunca, cá estou eu a vaguear pelo mundo das ilusões, que é onde estou bem...
Cada vez tenho mais vontade de desaparecer...

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