23.10.06

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Grandes novidades tinha eu, quando cheguei a casa ontem.
Eis se não quando ele me diz que pediu ao banco a avaliação da casa para a pôr á venda...Foi como se me tivesse a libertar!
Sim, a sensação foi essa, ainda que momentanea, pois logo a seguir disse que me queria levar a um apartamento que viu, que seria ideal para nós.
NÒS?! (e voltamos outra vez ao mesmo assunto), não há nós, só existe o "eu" para cada um.
-que estava a destruir a nossa família
-que a estava a desmembrar
-e a C.? como podia eu falar tão friamente da nossa filha?
Ok, aqui fiquei a gaguejar, porque nem eu percebo esta minha atitude. Não sei se é bem de frieza, mas para mim está tudo muito bem arrumado na minha cabeça: a C. fica comigo e eu ,por ela, deixo o horário rotativo para fazer só manhãs, coisa que eu detesto, mas por ela faço tudo, mas por ele já não.
-que também houveram coisas boas
Ok, aqui também gaguejei, e pensei para mim, não para ele, porque é que as coisas más estão a pesar mais que as boas?, será por haverem poucas boas?
-que não era o monstro que eu pintava
Ontem quase que o tratei mal, e pedi-lhe encarecidamente(mais uma vez) para ele aceitar a minha decisão , pelo menos uma vez na vida, porque estou a um passo de descarregar a minha furia, que esteve contida tantos anos e eu quero respeitá-lo como pai da minha filha, que ele vai ser para sempre.
Ele virasse para mim e diz que a psicóloga dele o avisou que eu ía reagir assim, com raiva, potanto já estava à espera. O QUÊ?
Senti-me mais uma vez manipulada.
Quanto às coisas boas...diz que esteve lá quando eu tive necessidade dele, nas minhas crises de coluna, quando bati com o carro, quando torci o pé, quando perdi a pen, enfim também houveram momentos bons...E é aqui que eu acho que ele me está a dar volta, porque sempre que ele diz isto eu vacilo (e ele deve dar conta), ainda não arrajei resposta suficiente á altura, apesar de enumerar todos os momentos maus que me marcaram profundamente e que me retiraram a confiança cega que eu tinha nele.
Diz-me tu, que sabes tudo, porque é que esses momentos bons pesam muito menos, e até chegam a passar despercebidos (já foram há tanto tempo) nesta batalha psicológica?
Podiam servir para eu me agarrar a eles, mais uma vez, para lhe dar mais uma portunidade, mas não, os momentos maus são a minha tabua de salvação, são o que me mantem lucida no meio desta farsa toda, quando penso que seria mais fácil desistir de tudo isto e voltar á mesma vidinha com o meu marido, acomodar-me.
Quando estes sentimentos me assolam, eu agarro-me ao sofrimento que já vivi, como se tivesse necessidade de estar constantemente a sofrer para não desistir de ser feliz, mas longe dele.
Não confio mais nele , quando me diz que deixou de fumar charros, mas a caixinha deles ainda está no mesmo sitio, que me dá mais valor e anda mais meloso, não acredito em nada disto. Para mim é realmente igual ao litro que ele deixe de fumar, até porque eu acho que mal eu vire costas ele vai voltar á mesma vida.
E, como não estou habituada que ele me trate com tanto mel, só me dá vontade de lhe bater quando ele me pergunta pelo trabalho e emprega aquele tom, de quem está a falar para putos, um tom condescendente, como quem diz :ok, se é isso que queres, eu preocupo-me contigo, mas só até teres um brinquedo novo para te distraíres...
Não suporto que ele me toque, parece que me queima sempra que me rouba um beijo quando sai de casa...
Percebeste, eventualmente, alguma coisa que eu estive para aqui a escrever?
è que a mim tudo parece-me muito confuso, por isso é que escrevo para ilucidar as minhas ideias, para não ficar tola porque tenho uma filha para educar e ver a crescer!
Obrigado e fica bem

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